segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Anatoly Onoprienko




Anatoly Onoprienko (ucraniano Anatoliy Onoprієnko) nasceu em 1959 na aldeia de Laski Narodichi distrito, região Zhytomyr. Ucrania. Apelidos: "A Besta da Ucrânia", "Exterminador do Futuro" e "Cidadão O." No período de 1989-1996 matou 52 pessoas. Anatoly Onoprienko cresceu em um lar para crianças e, segundo ele, 70% das crianças criadas em orfanatos vão para a prisão. Segundo alguns relatos, Anatoly foi expulso da escola antes do fim. Mais tarde trabalhou como marinheiro a bordo do navio "Maxim Gorky", que viajou ao redor do mundo. Depois de se aposentar da Marinha estava tentando obter a cidadania na Dinamarca, Alemanha, Espanha, Grécia, sem sucesso. Na Ucrânia não teve uma residência permanente. Segundo dados oficiais, 14 de Junho de 1989, Anatoly Onoprienko matou um homem. O assassino confessou que começou a matar antes. Anatoly costumava matar ao amanhecer, atirando em toda a família e roubava sua propriedade. Sua estratégia permanece praticamente inalterada: ele escolheu uma casa nos subúrbios, arrancou a porta de suas dobradiças, mirando os homens com um rifle de caça e uma faca para atacar mulheres e crianças. Depois de ser preso, ele disse que estava arrependido por desperdiçar balas sobre aqueles que não poderia dar-lhe resistência. 

Crimes


Vila de Garmarnia, Zhitomirskaya Oblast. Região Central da Ucrânia. 12 de Dezembro de 1995 

O jovem professor Nikolai Zaichenko, 27 anos, descansa com sua família em sua isolada casa recém-construida em uma vila na região de Malyn na Ucrânia. 
Perto da meia-noite, Nikolai escuta alguns barulhos estranhos em uma das janelas da casa. Parece que algo está sendo jogado contra a janela, como pedras.  Nikolai resolve verificar, ao abrir a porta seu rosto é estraçalhado por uma bala de uma escopeta calibre 12, outro tiro atinge seu peito. Assustada com o barulho, sua mulher, Julia Zaichenko, 25 anos, vai até o encontro do marido e o vê morto, extendido no chão, com o rosto desfigurado. Ninguém está por perto, ao olhar para a porta aberta ela vê um homem se aproximando com uma faca em uma das mãos, na outra, uma escopeta. Ela não tem tempo de correr, é brutalmente esfaqueada. Os dois filhos do casal, Boris de 3 anos e Oleg de apenas 3 meses de idade, também são mortos. Ao sair, o assassino corta os dedos anelares do casal (com as alianças) e incendeia a casa que não chega a ser totalmente queimada devido ao intenso inverno.
A cena chocou os policiais. Uma família inteira brutalmente assassinada e aparentemente não tiveram chances de defesa. O que mais pode chocar um policial, não só um policial mas qualquer pessoa, é ver o corpo de uma criança morta. O massacre chocou os poucos moradores do vilarejo e também  os 30 mil moradores de Malyn. Pelas investigações iniciais, o motivo do crime levantado pela polícia era a tentativa de furto seguido de morte. Mas algumas perguntas intrigavam os policiais. Porque o assassino matou 2 crianças ? Seria um conhecido da família que uma das crianças poderia identificá-lo ? Se sim, porque ele matou um recém-nascido de apenas 3 meses ?

Vila de Bratkovychy, Lviv Oblast, Ucrânia. 22 de Dezembro de 1995

Era inverno e o dia amanheceu bastante frio, um dos moradores caminha por uma rua no vilarejo e encontra o corpo de um homem caído no chão. Havia sangue e ele logo percebeu que o homem estava morto. Ele tenta procurar ajuda e lembra da família Kryuchkov que mora ali por perto. Mas quanto mais ele chega perto da casa dos Kryuchkov, mais ele percebe que o terror estava apenas começando. Não havia mais casa, apenas cinzas.
A polícia chega e identifica o homem encontrado morto em uma estrada perto da casa dos Kryuchkov comoMalinski, um trabalhador local. 4 corpos queimados são encontrados na casa. Eles são identificados como sendo membros da família. Pyotr Kryuchkov, sua mulher Maria Kryuchkov, e as duas irmãs de sua esposa, Lesya e Myroslava.
A região é um local totalmente pacífico, onde todos conheciam a todos. Ninguém sabia explicar o que tinha acontecido, aliás, era a primeiva vez que os moradores locais vinham um crime daquele tipo. A polícia de Lviv Oblast teria muito trabalho para elucidar o caso. O que eles sabiam era que as 5 pessoas foram assassinadas. Mas por quem ?
O dia 05 de janeiro é véspera do natal no calendário da Igreja Ortodoxa. Quando falamos em Natal lembramos de paz, alegria e confraternização. Mas o dia 05 de janeiro de 1996 foi marcado por uma carnificina nunca antes vista em Energordar.

Energodar, Zaporozhskaya Oblast, Ucrânia. 05 de Janeiro de 1996


Energordar, no leste da Ucrânia, é conhecida na europa por ter a maior Usina Nuclear do continente. Uma cidade de negócios circundada pelo lago Kakhovs. Durante a noite do dia 05 de janeiro, um massacre tomou conta de Energordar. 7 corpos foram encontrados na auto-estrada Berdyansk-Dnieprovskaya. Todas as 7 vítimas foram mortas com tiros no rosto e no peito por uma arma de grosso calibre. As vítimas foram identificadas como:
  • Sergei Odintsov, empresário, 37 anos
  • Tamara Dolinin, bancária, 32 anos
  • Alexander Rybalko, policial, 35 anos
  • Sergei Garmash, 35 anos
  • Victor Kasayev, soldado do exército, 35 anos
  • Anatoly Savitsky, 45 anos
  • Nadezhda Kochergina, trabalhadora rural, 45 anos
Nada parecia fazer sentido. Sergei Odintsov, Tamara Dolinin e Anatoly Savitsky foram encontrados mortos e parcialmente queimados dentro do porta-malas de um carro em chamas em um ponto da auto-estrada. A poucos metros do local, o corpo de Nadezhda Kochergina foi encontrado. O corpo do policial Alexander Rybalko, de Sergei Garmash e do soldado Victor Kasayev foram encontrados a poucos metros de distância um do outro a mais ou menos 10 km de onde o carro incendiado foi encontrado.
A investigação dos assassinatos na auto-estrada deixou a polícia confusa. Os 3 corpos encontrados no carro eram do empresário Sergei Odintsov, da bancária Tamara Dolinin e do motorista Anatoly Savitsky.Investigações apontaram que Sergei Odintsov e Tamara Dolinin eram namorados. Mas ambos não tinham nenhuma ligação com Anatoly Savitsky, como então os 3 foram parar (mortos) em um porta-mala de um carro ? O outro corpo encontrado perto do local de onde fora achado o carro, o da trabalhadora rural Nadezhda Kochergina, também não ajudava a polícia. Nadezhda Kochergina não tinha nenhuma ligação com os 3 mortos encontrados no carro, ela era uma trabalhadora rural que morava perto do local onde fora encontrada morta. A polícia chegou a conclusão então de que Nadezhda Kochergina estava no lugar errado na hora errada. Possivelmente ela foi morta por cruzar o caminho do assassino.
E os outros 3 corpos encontrados a mais de 10km de onde o carro foi encontrado ? A polícia descobriu que o policial Alexander Rybalko e um pedestre identificado como Sergei Garmash eram amigos. Os dois provavelmente estavam caminhando juntos no acostamento da rodovia quando foram mortos. O outro corpo encontrado perto de onde os amigos estavam era o do soldado Victor Kasayev. Para a polícia era óbvio que todos foram mortos por um mesmo assassino ou assassinos. Olhando para o rastro de sangue e morte deixado pelo criminoso não foi difícil traçar uma linha do tempo nos assassinatos da auto-estrada de Berdyansk-Dnieprovskaya.
Os investigadores descobriram que após o horário de serviço, Sergei Odintsov pegou Tamara Dolinin no banco em que trabalhava para comemorar juntos o natal. Pararam o carro em algum local desconhecido para namorar e beber champagne (uma garrafa foi encontrada dentro do carro). Em algum momento da noite do dia 05 de janeiro de 1996 foram surpreendidos por um assassino que com uma escopeta calibre .12 atirou nos rostos deSergei e de Tamara. Colocou os corpos do casal de namorados no porta malas do carro e saiu dirigindo pela auto-estrada de Berdyansk-Dnieprovskaya. Dirigindo pela auto-estrada o assassino viu 2 pessoas caminhando pelo acostamento, os amigos Alexander Rybalko e Sergei Garmash. O assassino encosta o carro como se fosse pedir uma informação, ao abaixar para conversar com o condutor do carro os dois amigos são mortos com tiros à queima-roupa. Nesse mesmo momento, o soldado Victor Kasayev passa pelo local e é alvejado com um tiro. O assassino continua a dirigir pela auto-estrada. 8 km adiante ele vê um carro estacionado no acostamento. Ele desce e atira no rosto do motorista, Anatoly Savitsky. O assassino tira o corpo de Anatoly do carro e o coloca no porta malas do seu carro junto com os corpos do casal de namorados Sergei Odintsov eTamara Dolinin. Continua a dirigir o carro pela estrada e em dado momento decide encostar o carro em uma vala e atear fogo. O assassino volta para estrada e caminhando a pé encontra com Nadezhda Kochergina, a trabalhadora rural que estava indo para o trabalho. O assassino a mata com outro tiro no rosto.

Vila de Bratkovychy, Lviv Oblast, Ucrânia. 17 de Janeiro de 1996

Menos de duas semanas depois dos assassinatos em Energordar, outra família é massacrada na Vila de Bratkovychy. Era noite do dia 17 de janeiro de 1996 quando o aposentado Vladimir Pilat, de 62 anos, escuta estranhos barulhos vindos de fora de sua afastada casa. Vladimir decide investigar os barulhos, ao abrir a porta seu rosto é estraçalhado por um tiro de escopeta. Sua nora de 26 anos, Lesya, acorda com o barulho e é a próxima a ser morta. Seu filho Vladimir, de apenas 6 anos vê a mãe ser morta e não tem tempo de correr, é atingido por um tiro. Oleg Pilat, marido de Lesya e filho de Vladimir Pilat também não tem tempo de reagir. Olga Pilat, de 60 anos, mulher de Vladimir Pilat, escuta os tiros e os gritos e esconde debaixo da cama. Ela vê quando o assassino entra no quarto e caminha como se procurasse por alguma coisa, de repente ele pára.Olga é morta ali mesmo. O assassino vai embora, mas sem antes colocar fogo na casa.
Quando o dia amanhece a mesma história do dia 22 de dezembro se repete. Ao caminhar por perto da casa da família Pilat, um homem encontra dois corpos caídos no chão. Ele vai até a casa dos Pilat para usar o telefone e chamar a polícia. Ele percebe que a mesma tragédia se repetiu. A polícia chega, os dois corpos na estrada são identificados como do trabalhador ferroviário Kondzyola Galina, 29 anos e Stepan Zakharko, 55 anos. São conhecidos moradores da região. A polícia conclui que o assassino após matar a família Pilat, ao ir embora, encontrou com os dois homens indo para o trabalho e sem pensar matou os dois e deixou os corpos na neve.
Se os primeiros assassinatos em Bratkovychy chocaram os moradores o que dizer desses ? O pânico tomou conta da região, famílias inteiras começaram a se mudar, os que ficavam, faziam mutirões para construir cercas ao redor das casas. Ninguém parecia estar a salvo. A onda de assassinatos deixou a polícia assustada. A essa altura, a ligação entre os assassinatos das famílias em Garmarnia, Bratkovychy e nos arredores de Energordar começava a ser feita. O assassino parecia ter um padrão: usava uma arma calibre .12, atirava nos rostos e no peito das vítimas e não tinha motivo aparente para matar. A polícia fazia vigília, seis postos policiais foram montados em torno da região de Bratkovychy, um cerco começava a ser montado.

Fastova, região de Kievskaya Oblast, Ucrânia. 30 de Janeiro de 1996

4 corpos são encontrados em Fastova, uma cidade ferroviária com 50 mil habitantes a 160 km ao sul da capital Kiev.
  • Sergei Zaghranichny, 31 anos
  • Svetlana Marusina, enfermeira, 29 anos
  • Boris Marusina, 7 anos
  • Denis Marusina, 6 anos
Todos os 4 foram mortos com uma arma de grosso calibre. Svetlana Marusina e seus filhos Boris e Denisforam encontrados do lado de fora de sua casa. A poucos metros do local, o corpo de Sergei Zaghranichny foi encontrado. Ao lado do corpo havia uma pá. Um rastro de sangue podia ser visto, o que sugere que o assassino o baleou mas Sergei ainda conseguiu correr. Não havia parentesco entre Sergei e Svetlana e investigações apontaram que possivelmente o assassino abordou Sergei perto do seu carro estacionado em um pátio,Sergei bateu no agressor com uma pá e correu. O assassino o perseguiu atingindo-o com um tiro nas costas. Nesse momento, Svetlana e seus dois filhos andavam do lado de fora de suas casas e foram mortos. O assassino aproximou-se dos corpos e percebeu que Denis, de 6 anos, agonizava. O garoto tinha lesões na cabeça, o que sugere que o assassino terminou de matá-lo com golpes de pá. Voltou e caminhou até o corpo de Sergei e percebeu que ele ainda não tinha morrido. Assim como Denis, Sergei morreu com diversos golpes de pá na cabeça.

Olevsk, Zhitomirskaya Oblast, Ucrânia. 19 de Fevereiro de 1996.

O horror chega até a pequena cidade de Olevsk.
A família de Anatoly Dubchak (32 anos), diretor-chefe do centro desportivo da cidade é encontrada morta.Anatoly estava morto do lado de fora da casa com um tiro na cabeça. Sua mulher, Julia Dubchak, havia sido espancada até a morte com um objeto contundente. Os filhos do casal também foram mortos. A ferocidade do ataque foi tão grande que pedaços do crânio da filha do casal, Victoria, foram encontrados no corredor e no quarto dos seus pais.
6 dias depois, o assassino atacaria novamente.

Malina, Lvivskaya Oblast , Ucrânia. 27 de Fevereiro de 1996

Victor Gudz, um motorista de ambulância e pai de 3 filhos, caminha pelo gelo voltando para casa após um dia de trabalho quando é alvejado por um tiro. Não tem ninguém por perto, o assassino olha pelo horizonte e avista uma bonita casa recém-construída. Os moradores Sergey Bodnarchuk, sua mulher Galina Bodnachuk, e suas filhas Valery, 9 anos e Tatiana, 7 anos.
A escuridão cai, a família apaga as luzes da casa e dorme. Na madrugada Sergey escuta barulhos em sua janela, como se alguém estivesse jogando algo. Sergey pega um machado e decide sair do lado de fora para verificar. Ao abrir a porta Sergey não tem chances, um tiro atinge o seu peito e ele morre na hora. O assassino pucha o corpo para fora da casa. Ao escutar o tiro, Galina Bodnachuk  corre para fora e vê um homem com uma escopeta na mão. Ela diz: “Cadê o meu marido ?” Ela é esquartejada com o machado. O assassino entra, anda pela casa com o machado na mão e encontra as 2 filhas do casal dormindo no andar superior da casa. Tatianade 7 anos e Valery de 9 anos. Tatiana é a primeira a morrer com golpes de machado. Sua irmã Valery, ao ver a cena, fica em choque, grita de uma forma tão desesperada que suas cordas vocais arrebentam, quando o assassino vira para ela, existe apenas o silêncio. Valery é decapitada.

A Besta Ucraniana

43 mortos em apenas 3 meses, não há nada igual na história criminal no mundo. Nenhum outro assassino matou tanto em um curto espaço de tempo. A polícia parecia não acreditar na história de terror: famílias inteiras massacradas, esquartejadas, queimadas … sem distinção de homems, mulheres ou crianças. Os assassinatos na auto-estrada de Berdyansk-Dnieprovskaya  mostravam que o serial-killer matava quem cruzasse o seu caminho e aparentemente ninguém podia deté-lo. Seu rastro de carnificina não tinha nenhuma ligação aparente e as vítimas foram mortas em toda amplitude do território ucraniano. Ele estava totalmente fora de controle.
O pânico nas regiões dos crimes era enorme, o serial-killer tinha sede de sangue, era imprevisível e matava a esmo, não deixava muitas pistas, nenhuma testemunha, e para piorar, a instabilidade política do país fez com que o governo fizesse pressão para abafar as notícias de que um serial-killer estava à solta, uma herança da ex-União Soviética que ficou conhecida por implementar “filtros” do que podia ou não sair na imprensa
O serial-killer seguia um padrão. Atacava casas construidas em regiões afastadas. Todos os assassinatos eram cometidos na calada da noite e ele sempre usava a mesma arma, que pelos testes balísticos feitos pela polícia descobriu-se ser uma escopeta calibre doze. Depois de assassinar todos os moradores, inclusive crianças e recém-nascidos, o maníaco colocava fogo nas casas. Objetos pessoais das vítimas foram dados como desaparecidos por parentes o que levou a polícia a concluir que o assassino também roubava pertences das vítimas. Fotos das famílias eram encontradas espalhadas e rasgadas pela casa. O inverno ajudava a ação do serial-killer. Era comum o corte de energia por causa das nevascas. A escuridão era tudo o que ele precisava.

Mais mortes

Busk, Lviv Oblast, Ucrânia. 22 de Março de 1996

Os temores da polícia se concretizam. O Exterminador faz mais 4 vítimas na pequena cidade de Busk, a 90 km de Bratkovychy. Mais uma vez toda uma família é exterminada. Mikhail Novosad, 30 anos, sua mulher Galina Novosad, 30 anos, sua irmã Irina, 26 anos e sua filha Ludimila Novosad de apenas 10 anos.
A cena é horrível, uma família inteira, criança, corpos massacrados, …
“O que vi estava além da minha compreensão. Uma família inteira tinha sido horrivelmente e sistematicamente exterminada A imagem daquela casa vai ficar comigo para sempre. O mau cheiro era insuportável…”, Alexander Ivshchenko, inspetor da polícia.
Para a polícia, o assassino observou a família do lado de fora da casa, viu Mikhail Novosad assistindo TV.Mikhail escuta barulhos do lado de fora da casa, vai até a janela e O Exterminador o atinge com um tiro no peito. O Exterminador vai até a porta principal, dá um tiro na maçaneta e outro na porta, o qual atinge novamenteMikhail, que cambaleando tentara chegar até a porta para impedir a entrada do agressor. O Exterminadorarromba a porta e dá de cara com Galina Novosad, que ao escutar os gritos do marido e os tiros correu para a sala para ajudá-lo, ela é atingida com um tiro na cabeça. O Exterminador caminha pela casa, cômodo por cômodo, entra na cozinha e estraça-lha a cabeça de Irina, que estava escondida debaixo da mesa. Sua fúria chega até a pequena Ludimila, que dormia em seu quarto, ela é esfaqueada brutalmente com golpes no peito até a morte.
O Exterminador volta à sala e vê que Mikhail, mesmo tendo levado 2 tiros e de ter visto sua família ser massacrada ainda está vivo, ele implora por sua vida, mas o Exterminador corta sua garganta com a faca suja de sangue que acabara de matar sua própria filha.

Yavoriv, Lviv Oblast, Ucrânia. 16 de Abril de 1996

Yavoriv é uma pequena e pacata cidade localizada na província de Lviv Oblast a 50 km a oeste da capital da província, Lviv. Tem 13.500 habitantes. É conhecida por ter sido uma base militar da ex-União Soviética. Ninguém trabalha aos sábados, muito menos nos domingos de páscoa. Ninguém, com exceção da polícia, para quem qualquer feriado significa turnos dobrados e horas extas indesejadas.
O investigador Igor Khuney geralmente tem os domingos de folga, mas às 10 horas do dia 07 de abril de 1996, ele estava em sua ronda no alojamento da área miltar. Andando tranquilamente escutando apenas o barulho de suas botas. Como qualquer outro policial de pequena cidade, Igor conhecia pessoalmente cada habitante de Yavoriv, a maioria oficiais e ex-oficiais aposentados do exército e suas famílias. Uma dessas pessoas, Igorconhecia muito bem: Pyotr Onoprienko, um capitão do exército que morava com sua esposa e dois filhos.
A poucos kilômetros de onde Igor fazia sua patrulha, seu superior, o delegado e chefe de polícia Sergei Kryukov, estava sentado em seu escritório girando sua 5ª xícara de café. Ele estava de plantão desde à meia-noite do dia anterior e estava tentando ao máximo ficar alerta. Igor e Sergei estavam preparados para uma longa noite de feriado, que significa pessoas bebendo e consequentemente mais trabalho para a polícia. O que eles não sabiam é que, dentro de algumas horas, estariam envolvidos na captura de um homem envolvido em uma das piores ondas de assassinatos em série da história moderna, e também, não sabiam que não obteriam o menor crédito por isso.
Em torno do meio-dia, Igor recebeu uma ligação. O relatório policial diz o seguinte:
“O oficial Igor Khuney recebeu uma denúncia de um homem de caráter suspeito vindo de Zhitomirskaya Oblast. Presume-se que esteja armado e que planeja cometer um crime violento no feriado de Páscoa.”
A fonte da denúncia até hoje é considerada anônima, mas vazamentos na investigação apontam que a denúncia veio do capitão do exército e amigo de Igor, Pyotr Onoprienko. Segundo o que foi descoberto pela imprensa ucraniana, um vizinho de Pyotr, e ex-aposentado do exército, cujo nome não foi divulgado, disse a Igor que a família de Pyotr estava abalada com a chegada de um primo de Pyotr, há muito tempo desaparecido no leste da Ucrânia. “Ele chegou do nada no início de Dezembro”, disse o vizinho de Pyotr. A declaração foi confirmada pela esposa do aposentado e por um outro vizinho. Pouco tempo depois, Pyotr expulsou seu primo de casa depois que sua esposa encontrou armas embaixo de uma cama. Segundo o vizinho, o primo de Pyotr ficou tão furioso que disse: “Deus punirá você e sua família na Páscoa.”
Acredita-se que, temendo pela segurança de sua família, Pyotr tenha feito a denúncia contra seu primo a Igor, e devido a Pyotr ser militar (e parente do suspeito), seu nome foi “perdido” e a fonte foi considerada anônima.
Voltando às 12:00 do dia 16 de abril de 1996, a denúncia chegou até Sergei. A essa altura, sabia-se que o suspeito havia se mudado para a cidade de Zhitomirskaya Oblast e voltado para Yavoriv com uma mulher e seu filho. A informação sobre o suspeito que veio de Zhitomirskaya Oblast intrigou Sergei, que havia acabado de ler um relatório policial sobre um rifle Tos-34 calibre .12, do mesmo tipo usado nos assassinatos em Bratkovychy e que havia sido roubado em Zhitomirskaya Oblast.
“Foi um longo tiro, mas pensei, temos aqui um cara de Zhitomirskaya, ele está armado, e uma arma foi roubada em Zhitomirskaya. E não temos muitas pessoas de Zhitom (sic) que vêm aqui. Se eu não tivesse recebido a denúncia naquela manhã, eu talvez nunca a considerasse. Mas já que a recebi, tive que pensar sobre isso.”  Sergei Kryukov
Preocupado, Sergei, rapidamente ligou para seus superiores no quartel da policia de Lviv para avisar sobre a denúncia. Às 12:15 ele recebe uma ordem do chefe de policia de Lviv, General Bogdan Romanuk. Era para Sergei formar uma força-tarefa de detetives, policiais locais e organizar uma reserva de “força-extra”, para conduzir uma busca no apartamento do suspeito. A essa altura a polícia de Lviv e os militares em Yavoriv estavam tensos e ao mesmo tempo ansiosos. O suspeito de Yavoriv poderia ser O Exterminador.
Dentro de uma hora, mais de 20 patrulheiros e detetives estavam reunidos. O suspeito dividia um apartamento com uma cabelereira e seus 2 filhos na rua Ivana Khristitelya. Todos sairam em veículos não identificados.
Para ter uma idéia do local de onde o suspeito estava morando, Sergei passou cerca de meia hora analisando as saídas do prédio, as ruas que circundavam o local e subindo às escadas. Os policiais bloquearam as saídas do prédio com veículos não identificados e dois homens vigiavam o quarto e segundo andares.
Os investigadores restantes cercaram todo prédio. Igor, Sergei e o detetive Vladimir Kensalo foram até a porta do apartamento do suspeito.
Sergei toca a campainha, ele escuta os passos de alguém chegando na porta. A maçaneta gira e um homem baixo, branco e meio calvo abre a porta. Sergei, Igor e Vladimir dominam e algemam o homem com facilidade. Os policiais entram no apartamento e fazem uma busca. Ao olhar pelo apartamento, Sergei percebe um som Akai na sala de estar. O aparelho chamou sua atenção porque a família de Novosad, mortos perto de Busk em 22 de março de 1996, tinham um som parecido, o qual fora reportado como desaparecido pelos familiares das vítimas pouco depois do acontecimento. Sergei tinha uma lista, que sempre carregava com ele, de certos itens que foram reportados como desaparecidos, suas marcas e seus números de série. Ao ver o número de série do som Akai ali encontrado, Sergei sente um frio na barriga, era o mesmo reportado como desaparecido na cena do crime de Busk.
Quando os policiais perguntaram ao suspeito sua identificação, ele disse que seus documentos estavam em um armário. Vladimir abre a porta do armário, havia uma pistola dentro, o suspeito tenta pegar mas é derrubado e dominado pelos investigadores. Percebendo a seriedade da situação, os investigadores escoltaram o suspeito de volta à delegacia e começaram uma busca exaustiva no apartamento. No fim do dia, 122 itens pertencentes a numerosas vítimas de assassinatos sem solução foram retirados do apartamento, incluindo um rifle-34 de cano serrado. A pistola, como veio a se revelar, foi a segunda parte da prova que havia sido roubada de uma cena de assassinato em Odessa. Seria ele, o terrível serial-killer conhecido como O Exterminador ?
As buscas na rua Ivana Khristitelya duraram todo o dia, Anna, a namorada do suspeito, chegou em casa. Logo ela percebeu que alguma coisa séria havia acontecido. Ela perguntou a Sergei o que estava acontecendo e ele respondeu: “Você se lembra daquelas mortes em Bratkovychy ?”, ela então começou a chorar.

O Mais Terrível Assassino da História Ucrâniana

Embora os investigadores tivessem uma montanha de material como evidência, Sergei precisava de uma confissão. Entretanto, o suspeito imediatamente deixou claro que ele não estava nem um pouco interessado em falar. Quando Sergei confrontou ele com os fatos, o suspeito mostrou uma pequena reação com um sorriso e disse:
”Eu falarei com um general, mas não com você”.
Era 21:00 horas, após conversar com Igor e outros investigadores, Sergei decidiu telefonar para Yavoriv Teslya. Ele havia sido indicado por Igor e pelos outros investigadores por ser o melhor interrogador que eles conheciam, por sua personalidade e habilidade em falar calmamente com suspeitos.
Na delegacia, o suspeito renunciou seu direito a um advogado e continuava sem falar. Teslya chegou e os policiais o deixaram a parte da situação. Teslya considerou imperativa a tentativa de obter o máximo de informação possível. Ele estava com medo de que alguma coisa desse errado. Neste tipo de caso, voce nunca sabe o que irá acontecer. O suspeito poderia se enforcar em sua cela e nunca ninguém saberia o que realmente havia acontecido. Ele precisava falar, não havia tempo para esperar que um general chegasse. As 22:00 horas, Teslya sentou sozinho em uma sala de interrogatório com o suspeito enquanto eles esperavam o Ministro General do Interior chegar de Lviv. Teslya queria instigar o suspeito a falar de si mesmo.
O suspeito continuava em silêncio, mas depois de algumas horas de questionamentos, ele começou a falar sobre sua vida. Disse que havia nascido na cidade de Laski em Zhitomirskaya Oblast. Ele disse a Teslya que sua mãe morrera quando ele era muito jovem e que seu pai o colocara em um orfanato russo. O suspeito conversou bastante sobre isso, disse que ainda sentia bastante raiva por seu pai tê-lo abandonado e não feito o mesmo com seu irmão mais velho. Segundo ele, seu pai e seu irmão mais velho poderiam facilmente ter cuidado dele. Seguindo essa linha de questionamento, Teslya perguntou se ele tinha ressentimentos por seus familiares, o suspeito hesitou em um primeiro momento e então balançou sua cabeça antes de reafirmar que não falaria com ninguém abaixo do nível de general.
Neste momento, Teslya tentou persuadi-lo dizendo:
“Nós iremos trazer o seu general. Trazemos 10 generais se voce quiser. Mas como eu vou trazer um general aqui se você não tiver nada a dizer ? Por que realmente talvez não há nada que você possa nos dizer. Com que cara vou ficar ?”
Então o suspeito respondeu: “Não se preocupe com isso. Definitivamente há muita coisa a dizer.”

A Confissão do Exterminador

Perto das 23:00 horas, Teslya deixou a sala e foi até o corredor onde o General Bodgan Romanuk estava esperando. Depois de um breve recesso, os dois homens e um assistente de Romanuk, Maryan Pleyukh, entraram na sala. O suspeito começou a falar.
Seu nome: Anatoly Yurievich Onoprienko, 36 anos.
Primeiramente, Onoprienko admitiu que havia roubado uma arma, e depois admitiu que a havia usado em um recente assassinato. Onoprienko confessou aos investigadores que ele matou pela primeira vez em 1989. Ele conheceu um amigo, Sergei Rogozin, em uma academia local onde os dois travalhavam. Os dois se deram bem e começaram a passar muito tempo juntos, eventualmente agiam juntos em alguns crimes. Eles começaram a roubar casas para complementar suas pequenas rendas.
No entanto, em uma noite enquanto estavam roubando uma isolada casa fora da cidade, os proprietários descobriram os 2 intrusos. Armados com armas, os 2 parceiros mataram os donos da casa. Para encobrir seus rastros, eles mataram toda a família, 2 adultos e 8 crianças. Onoprienko informou aos investigadores que poucos meses depois a parceria com Sergei Rogozin foi desfeita e ele matou mais 5 pessoas depois de tentar roubar um carro, incluindo um garoto de 11 anos que estava dormindo no banco traseiro. Ele então queimou os corpos.
Pouco tempo depois, Onoprienko estava voltando da cidade de Odessa quando avistou um Lada bege nos arredores de Melytopol. Ele decidiu roubar o carro, Onoprienko bateu na janela, mas o motorista Yevgeny Podolyak, 35 anos, percebeu que ele estava armado, ao tentar tomar a arma de Onoprienko, Yevgeny foi morto. O que ele não sabia era que dentro do carro estavam a esposa de Yevgeny e suas 3 irmãs, Valentina, 27 anos, Paula, 25 anos e Lena, 22 anos. Ele matou todas. Novamente Onoprienko queimou os corpos.
Onoprienko afirmou que após os assassinatos ele tentou se matar.
“Após o último assassinato, em 1989, eu tentei cometer suicídio. Coloquei uma arma na minha cabeça, mas parecia que a bala não saía, não era para eu morrer.”
Após os assassinatos, os investigadores descobriram que Onoprienko passou vários anos viajando pela europa.  Passou por Hungria, Iugoslávia, Grécia, Espanha e Suécia antes de ser deportado de Munique em 1992 por estar no país ilegalmente. Voltou para a Hungria 6 meses depois, depois de atravessar a nado o rio Tess. Ele admitiu ter vivido de pequenos roubos e assaltos mas negou que tenha cometido algum assassinato.
Em novembro de 1995, Onoprienko está de volta à Ucrânia e aparece na porta da casa de um primo, o capitãoPyotr Onoprienko. Seu primo o acolheu, lhe apresenteu Anna Kozakh, uma cabeleireira da cidade, separada e mãe de dois filhos. Os dois começaram a namorar. 1 mês depois, a mulher de Pyotr encontrou armas e objetos suspeitos no quarto de Anatoly Onoprienko e Pyotr pediu para que ele fosse embora.
Em 22 de dezembro e 1995 ele invadiu a isolada casa da família Zaichenko, na Garmarnia. Ele assassinou o professor, juntamente com sua esposa e seus 2 jovens filhos com uma espingarda de cano duplo e cerrado. Ele então fugiu com os anéis de casamento do casal, uma pequena cruz dourada, brinco e uma trouxa de roupas. Antes de deixar a cena do crime, ele incendiou a casa. “Eu apenas atirava neles, não que isso me dava prazer mas eu sentia esse impulso”, disse Onoprienko. A partir daí, começava o seu jogo mortal.
Onoprienko informou aos investigadores que ele havia tido uma visão de Deus, que o ordenava a matar, e apenas nove dias depois, matou uma família de 4 pessoas, antes de queimar sua casa. Todas as vítimas foram mortas com tiros. Ele alegou que enquanto ele fugia da cena do crime, foi flagrado por um homem na estrada e decidiu matá-lo, para que não houvesse nenhuma testemunha que o pudesse identificar na cena do crime. Poucos dias depois, em 6 de janeiro de 1996, Onoprienko deixou um rastro de  morte auto-estrada Berdyansk-Dnieprovskaya.
“Para mim era como caçar. Caçar gente. Eu ficava sentado, entediado, sem nada para fazer. E de repente, essa idéia aparecia na minha cabeça. Eu fazia de tudo para que esse pensamento saísse da minha cabeça mas não conseguia. Era mais forte do que eu. Então eu saía em um carro ou pegava um trem para matar.”
11 dias depois Onoprienko atacou novamente. Em 17 de janeiro de 1996, ele dirigiu até Bratkovychy e invadiu a casa da família Pilat.
“Eu olhei e era muito simples. Farejei como um animal. Olhei como um lobo olha para uma ovelha”, Anatoly Onoprienko.
Ele exterminou a família inteira. Após os assassinatos, pouco antes do amanhecer, ele queimou a casa. Enquanto ia embora, foi flagrado por 2 testemunhas, o trabalhador ferroviário Kondzyola Galina e Stepan Zakkarko. Ele não perdeu tempo e matou os dois a sangue frio.
Em 19 de fevereiro de 1996 foi a vez da família Dubchak. Onoprienko matou o pai e o filho, e atacou a mãe e a filha até a morte com um martelo antes de ir embora. Ele afirmou que a garota havia testemunhado ele assassinando seus pais e estava rezando, quando ele entrou no quarto.
“Segundos antes deu esmagar sua cabeça, eu pedi a ela para me mostrar onde eles guardavam dinheiro. Ela me olhou com um olhar de raiva e desafiador: “Não direi”, ela disse. A força que eu a ataquei foi inacreditável, mas eu não senti nada.”
Ao ser perguntado porque matava as famílias, crianças indefesas Onoprienko disse:
“Ah, voce sabe, eu matei eles porque eu os amava muito, aquelas crianças, aqueles homens e mulheres. Eu tinha que matá-los, aquela voz interior falava dentro da minha mente e dentro do meu coração e me empurrava para eles.”
Segundo Onoprienko seu último assassinato ocorreu em 22 de março de 1996, quando ele viajou até a pequena vila de Busk, pouco depois de Bratkovychy, e assassinou a família Novosad, 4 no total. Ele atirou neles queimou a casa para apagar qualquer evidência.
Os investigadores questionaram Onoprienko até as 06:00 horas da manhã, e ele confessou a autoria de mais de 50 assassinatos no período de 3 meses. Ficaram a maioria do tempo conversando sobre os detalhes de cada crime. Não havia motivos para os assassinatos de Onoprienko e ele afirmou várias vezes que ele deveria ser estudado como um fenômeno da natureza e que uma força inteligente superior havia dado ordens para ele matar.

Cidadão O

Uma série de 5 interrogatórios foram feitos e a todo momento Onoprienko dizia a Teslya que era comandado por Deus para matar, e que ele havia sido escolhido por ser uma espécie superior. Ele alegou que poderia exercer fortes poderes hipnóticos, controlar telepaticamente animais e parar seu coração com sua mente.Teslya disse que achava que seus poderes hipnóticos eram interessantes e perguntou a Onoprienko se ele poderia tentar seus poderes em Teslya. Ele disse então que seus poderes funcionavam apenas com pessoas fracas, e que Teslya não era uma pessoa fraca o suficiente.
Onoprienko revelou que ele passou um tempo em um hospital em Kiev tratando de esquizofrênia. Teslya não pôde verificar essa informação por ser o investigador chefe do caso. Mas ela foi confirmada depois pelo Ministro do Interior de Kiev, o investigador Alexander Tevashchenko. Anatoly Onoprienko era o “Cidadão O”.
Em 19 de abril de 1996, a investigação foi passada das mãos de Teslya para investigadores do Ministério Federal do Interior. Quando sua semana de interrogatórios do suspeito acabou, Teslya concluiu queOnoprienko era genuinamente insano e que tinha agido sozinho.
“Havia muitos rumores que ele era parte de uma gangue, mas meu sentimento era que os motivos de suas falas, e seus poderes especiais, não foram fabricados. Eu posso estar errado, mas é o que eu penso. Embora, pensando racionalmente, eu não acho que ninguém a não ser um único assassino possa ter matado tanto. Em uma gangue alguém sempre acaba falando, alguns bebem, outros sussuram algo para alguma namorada e tudo está perdido.” Yavoriv Teslya.
Yavoriv Teslya ainda diz:
“Meu sentimento, e o sentimento de todos que o interrogaram, é que ele não nos disse tudo. Não achamos que essa história acabou.” Teslya se refere ao período que Onoprienko passou viajando pela Europa. Os investigadores acham impossível que Onoprienko tenha conseguido controlar seu ímpeto de matar. Entretanto,Onoprienko não diz uma palavra desse período da sua vida.

Modus Operandi

Uma caçada na noite, uma família indefesa, a escuridão e o silêncio da noite como cúmplices. Facas, machados e escopetas eram as armas que Anatoly Onoprienko empunhava com extrema frieza. Sem sentimentos e piedade, realmente como um Exterminador.
Anatoly Onoprienko  escolhia casas isoladas em locais longe dos grandes centros. Como um lobo atrás de sua caça, observava de longe todos os passos da família dentro da casa. Via onde os adultos dormiam. Matava primeiramente os homems com tiros de escopeta. Matava as mulheres com facadas ou marteladas, as vezes matava com tiros no rosto. Decepava os dedos delas para ficar com os anéis. Crianças eram mortas na maioria das vezes asfixiadas, segundo o próprio agressor “elas não me ofereciam risco, assim economizava as balas”. Algumas famílias foram esquartejadas e os pedaços espalhados pela casa para que ao queimar a casa a identificação dos mesmos ficasse mais difícil.
“Através das janelas eu observava onde eram os quartos dos moradores. Primeiramente eu matava os homens, os chefes da família. As mulheres imploravam para não matá-las. Quando elas me davam suas jóias, eu encostava a escopeta no rosto delas e atirava. Depois era a vez das crianças. As vezes eu bebia champagne que encontrava nas casas.” Anatoly Onoprienko.

Julgamento

Estava tudo preparado para que Anatoly Onoprienko fosse condenado à morte. Se Anatoly fosse considerado insano, ele não teria nem julgamento. Seria internado em um hospital psiquiátrico. E isso, nem mesmo o presidente da Ucrânia na época queria.
“Não vejo outro desfecho para ele senão a morte.”
Mas mesmo que psiquiatras declarassem Anatoly Onoprienko mentalmente são para o julgamento, os procedimentos não começariam até novembro de 1998. Julgamentos na Ucrânia não podem começar até que o réu leia todas evidências contra ele, no caso de Onoprienko havia milhares de páginas, 99 volumes de álbuns de fotos, mostrando corpos desmembrados, carros, casas e objetos aleatórios roubados das vítimas. Outra razão para o atraso era dinheiro. O juiz do caso teve de aparecer na televisão para que o governo Ucraniano alocasse os fundos necessários para o lento julgamento.
Em 23 de novembro de 1998, como era de se esperar, a corte ucraniana decidiu que Anatoly Onoprienko, 39 anos, era mentalmente competente e poderia ser responsabilizado por seus crimes. A corte regional em Zhytomyr disse que Onoprienko não sofria de qualquer doença psiquiátrica, estava consciente e no controle dos atos que cometeu, e não precisava de nenhum exame psiquiátrico extra.
O julgamento começou na cidade de Zhytomyr, 160 km a oeste de Kiev, em 12 de fevereiro de 1999. Como o conhecido Açougueiro de Rostov, Andrei Romanovich Chikatilo, Onoprienko foi mantido em uma jaula de ferro, foi cuspido e enfureceu-se com o  público presente. Centenas de pessoas se amontoavam juntas nas cadeiras e gritavam:
“Deixe-nos estraçalha-lo!” … “Ele não merece um tiro. Ele precisa agonizar e morrer lentamente.”
Durante o julgamento Onoprienko disse poucas palavras. Perguntado se ele gostaria de fazer uma declaração ele deu de ombros e respondeu: “Não, nada.” Informado sobre seus direitos legais ele rosnou: “Essa é sua lei.” Quando perguntado sobre sua nacionalidade, ele respondeu: “Nenhuma”. Quando o juiz Dmitry Lipsky disse ser impossível essa nacionalidade, Onoprienko revirou os olhos e respondeu: “Bem, de acordo com os oficiais, eu sou Ucraniano.”Onoprienko alegou que ele se sentia como um robô comandado a anos por uma força negra e argumentou que ele não deveria ser tentado até que as autoridades determinassem a fonte da força.
O advogado de Onoprienko, Ruslan, Moshkovsky, não contestou a culpa do seu cliente, mas culpou a inépcia dos investigadores pela extensão de sua fúria e afirmou que sua infância em um orfanato fosse visto como uma circunstância atenuante. No entanto, para o promotor Yury Ignatenko, os exames psiquiátricos confirmavam que a fúria de Onoprienko era algo de sua própria natureza violenta. “Em toda sociedade existem pessoas que devido a sua natureza, são aptas a matar e existem aquelas que nunca farão isso. Onoprienko levava uma vida dupla, isso mostra que ele sabia o que fazia e podia enganar a todos”, disse o promotor.
Um representante da corte, Stepan Bilitski, disse:
“Ele é igual a você ou a mim. Um homem que é mentalmente doente mata uma pessoa e pode ser facilmente pego. Matar tantas vezes sugere inteligência e esperteza. Ele sabia o que estava fazendo.”
Em dado momento Onoprienko disse à corte que ele era comandado pelo demônio, com poderes superiores e misteriosas vozes. Ele assumiu para os jurados que ele era culpado de todas as acusações contra ele, entretanto insistiu que não sentia nenhum remorso.
“Eu mataria hoje. Hoje eu sou a besta do satã”, disse Onoprienko.
Após a apresentação de 100 volumes chocantes de evidências e da própria admissão de culpa pelo réu, os argumentos finais começaram em abril de 1999. O promotor Yury Ignatenko perdeu um pouco de tempo em pedir a pena de morte:
“Tendo em vista o extremo perigo que Onoprienko representa como pessoa, eu considero que ele mereça também uma punição extrema, na forma de sentença de morte”, disse Yury em sua fala final.
O advogado de Onoprienko, Ruslan Moshkovsky, uma vez mais tentou ganhar a simpatia da corte:
Com o julgamento encerrado, a corte se retirou para esperar o veredito do juiz.
Após 3 horas de deliberação, o Juiz Dmytro Lypsky chamou a corte de volta para a sessão. Onoprienko abaixou sua cabeça, olhando para o chão de sua jaula de metal enquanto a sentença era lida.
Em sua fala à corte, Onoprienko disse:
“Eu roubei e matei, mas eu sou um robô, eu não sinto nada, eu estive perto da morte muitas vezes que para mim agora me aventurar-se no outro mundo será muito interessante, ver o que está lá, após a morte.”
As leis ucranianas não contemplam a pena de morte, mas em um caso raro no judiciário em todo mundo, devido aos bárbaros crimes de Anatoly, uma excessão foi feita. Em uma pesquisa de opinião feita por uma emissora local, 80% do país queria que ele fosse executado.
As leis da União Européia eram contrárias à pena de morte. Na época a Ucrânia tentava entrar no bloco dos países europeus, mas a condenação de Onoprienko a morte não foi bem vista pela comunidade.
Anatoly Onoprienko foi condenado à morte por fuzilamento mas algum tempo depois a sentença foi mudada para prisão perpétua.

Entrevista com O Exterminador

Anatoly Onoprienko sempre recusou-se a falar com qualquer pessoa sobre seus assassinatos, na prisão, foram poucos os psiquiatras que o fizeram falar alguma coisa. Ao invés de falar, ele prefere levar para a sepultura a maioria dos segredos de seus 52 assassinatos. Mas em 1999, Anatoly Onoprienko quebrou o silêncio e deu uma entrevista para o jornal inglês Sunday Mirror. A matéria foi publicada no dia 28 de março de 1999.
—————————————————————————————–
O diretor da prisão, Viktor Karbovski, adverte o jornalista: “Ele não é humano, ele não vem de Deus. Ele vem do Diabo. Ele pode parecer normal mas se voce tocar em uma área sensitiva, seus olhos mudam completamente e você verá o assassino.”
A porta é aberta, sua cela é pequena. Anatoly diz:
Anatoly olha para o chão, mas quando ganha confiança, encara o jornalista. Ao ser questionado se mataria, ele diz :
“Não posso dizer com certeza se eu mataria você ou não, mas dada uma chance, provavelmente sim.”
“Eu poderia te dizer exatamente que tipo de pessoa você é quando vi você  caminhando até minha cela”, diz ele em um eco assustador de Hannibal Lecter de O Silencio dos Inocentes.
“Para mim você é transparente. Eu sei que tipo de pessoa você é apenas olhando para você.”
Quando Anatoly fala sobre os assassinatos ele fica agitado. Quando recorda detalhes específicos das mortes seus olhos reviram e faz movimentos com a cabeça. Então, de repente, fica normal.
Sobre a prisão …
“Começei uma preparação para uma longa vida na prisão. Faço yoga, medito 90% do meu tempo, corro. Não tenho medo da morte. A morte para mim não é nada. Naturalmente eu preferiria à pena de morte. Eu não tenho absolutamente nenhum interesse em relacionamentos com pessoas.”
Sobre sua infância …
“Tive uma boa infância.”
O primeiro contato com a morte …
“A primeira vez que eu matei, foi um cervo na floresta. Estava nos meus 20 anos e eu me lembro que eu fiquei bastante triste quando eu o vi morto. Não podia explicar porque eu tinha feito aquillo, e me sentia triste. Eu nunca tive aquele sentimento de novo.”
Sobre matar …
“Quando eu matava não era nada mais do que um experimento. Eu sentia exatamente como um doutor em uma cirurgia.” 
Se ele sair da prisão …
“Se eu for solto, vou começar a matar de novo, mas desta vez será muito pior, dez vezes pior. A vontade está lá. Aproveitarei essa chance porque eu estou pronto para servir a Satanás. Depois do que eu aprendi lá fora, definitivamente não tenho concorrentes em minha área. E se eu não for morto eu escaparei desta jaula e a primeira coisa que farei será achar Kuchma (Presidente Ucraniano) e pendurá-lo em uma árvore por seus testículos … Não há dúvida de que eu escaparei desta jaula. E quando eu fizer, os assassinatos serão muito piores. Especialmente para aqueles que me insultaram. Eu sempre digo que matarei 360.
Seu rosto não tem expressão quando ele descreve seu primeiro crime (alexander e Ludmilla Melnik, mortos dentro do carro em 1989. Ele descreve como se estivesse lendo um menu.
“Eu tinha 30 nessa época. Deveria se apresentar à polícia como um crime espontâneo mas eu tive que planejar isso. Tive que ser astuto, Eu tinha que selecionar as vítimas. Não foi um caso de sorte.”
“Seus leitores irão ler e provavelmente não irão entender porque eu fiz o que fiz. Pessoas não entendem Jesus Cristo mesmo centenas de anos após sua morte. Será o mesmo comigo.”
Se ele é Cristo …
“Talvez existam implicações religiosas no que eu fiz.”
Matar uma criança de 2 anos é algo religioso ?
“Talvez não Cristo, mas o anti-Cristo. Eu tenho uma mensagem que eu gostaria de passar. Eu sempre vi 1999 como significativo. É quase que 666 de cabeça para baixo. Quanto a matar uma criança de 2 anos de idade realmente não faz diferença. Sempre houve crianças de 2 anos antes e sempre haverá depois.”
Onoprienko atualmente reside no corredor da morte e as autoridades ainda procuram uma sequência de assassinatos ocorridos entre 1989 e 1995. Existe essa lacuna na vida de Onoprienko durante a qual ele não fala e a qual não pode ser contabilizada, ele continua suspeito em dezenas de mortes ocorridas nesse período.
Ao final da entrevista, Onoprienko pergunta ao fotógrafo:
“Como você gostaria de uma foto minha que hipnotizaria o mundo ?”
Realmente ele é o Cidadão O, alguém duvida ?
Fonte:http://oaprendizverde.com.br/?p=3389


Imagens



Na Foto: Uma cena que chocou os policiais. Julia Zaichenko e seu filho Oleg de apenas 3 meses de idade mortos. Aparentemente o assassino matou Oleg e o colocou no peito da mãe.

Os corpos do policial Alexander Rybalko e de Sergei Garmash foram encontrados a poucos metros de distância um do outro.

As vitimas foram mortas com tiros no rosto.

O corpo do soldado Victor Kasayev é encontrado a poucos metros do local onde estavam os corpos de Alexander Rybalko e de Sergei Garmash.

As pegadas do assassino deixadas na neve ajudavam a Polícia a esclarecer a forma como os assassinatos foram cometidos.

As pegadas do assassino deixadas na neve.

Cena do crime da família Bodnachuk. É possível ver uma das meninas mortas na cama.

Cena do crime da família Bodnachuk.

Na Foto: Vítima do serial-killer. Em poucas semanas o assassino deixou um rastro de sangue e corpos. Famílias inteiras foram mortas. Créditos: History Channel

Na Foto: Cena do crime mostra marido e mulher mortos pelo serial-killer ucraniano. Créditos: History Channel

Na Foto: Outra cena de um dos crimes mostra um pai de família morto.

Na Foto: Moradores da vila de Bratkovychy rezam e choram pelo assassinato de seus conhecidos.

A população de Bratkovychy chora os horrendos assassinatos acontecidos na região.

Na Foto: 3 Vítimas do serial-killer que aterrorizou a Ucrânia. Sem distinção de homens, mulheres, crianças ou recém-nascidos, o serial-killer matava quem cruzasse o seu caminho.

Túmulo de uma das famílias mortas pelo serial-killer conhecido como O Exterminador

Na Foto: O investigador-chefe de homicídios Leonid Martynenko. "Nós estávamos convencidos, pelas evidências, que tratava-se de um maníaco. Pelas cenas dos crimes sabíamos que não era um ladrão ou um assassino qualquer. Aquilo era a ação desenfreada e sanguinária de uma pessoa com graves distúrbios mentais."

Na Foto: Victor Korol, chefe da polícia criminal ucraniana. "A causa da situação política no país influencou essa decisão, para o governo era inaceitável admitir publicamente que estava em dificuldades frente a uma situação tão emergencial."

O Apartamento do suspeito na rua Ivana Khristitelya em Yavoriv

A porta do apartamento do suspeito

No apartamento do suspeito foram encontrados mais de 120 ítens pertencentes a vítimas de assassinatos em diversas regiões da Ucrânia. Ele não tinha documentos e não conversava com os policiais.

Armas foram encontradas na casa do suspeito. Fotos: History Channel

A cabelereira e namorada do suspeito, Anna Kozakh, 34 anos. Era divorciada e tinha 2 filhos.

Na Foto: Anatoly Onoprienko no interrogatório em 1996. “Nessa época eu era uma pessoa dierente, se eu soubesse que havia 5 pessoas dentro daquele carro eu teria deixado quieto. Não tinha nenhum prazer no ato de matar. Cadáveres são feios, fedem e mandam vibrações ruins. Depois que eu matei a família no carro, eu dirigi o carro com os corpos dentro por duas horas sem saber o que fazer com eles. O cheiro era terrível”, disse Onoprienko

“Não sou um maníaco. Se eu fosse eu atacaria você aqui agora e o mataria com facilidade. Não, não é tão simples. Eu tenho sido tomado por uma força maior, alguma coisa telepática ou cósmica, que me controla. Eu sou como um coelho em um laboratório. Parte de um experimento para provar que o homem é capaz de matar e aprender a viver com seus crimes. Para mostrar que eu posso lidar, que eu posso suportar qualquer coisa, esquecer tudo.” Anatoly Onoprienko para o general Bodgan Romanuk

Na Foto: Anatoly Onoprienko e investigadores reconstituem seus crimes. Créditos: History Channel.

Na Foto: A reconstituição dos crimes feita pela polícia. Créditos: History Channel.

Na Foto: A reconstituição dos crimes feita pela polícia. Anatoly mostra como matou uma de suas vítimas.

Na Foto: Anatoly Onoprienko, conhecido como "O Exterminador", chega para o seu julgamento em 12 de fevereiro de 1999.

O julgamento do Exterminador ucraninano. O fórum ficou lotado de parentes das vítimas. Com medo de que a multidão fizesse justiça pelas próprias mãos, policiais faziam vistorias no público, sacolas eram revistadas e as pessoas passavam por um detector de metais antes de entrar na corte. O medo geral era que Onoprienko fosse setenciado a apenas 15 anos na prisão, a sentença máxima para assassinato na Ucrânia.

Na Foto: Anatoly Onoprienko. Durante todo julgamento, Onoprienko foi mantido em uma jaula de metal.

Anatoly Onoprienko enjaulado durante julgamento

Na Foto: Anatoly Onoprienko

“Você não é capaz de me aceitar do jeito que sou. Você não é capaz de ver todo o bem que eu vou fazer, e você nunca irá me entender. Essa é uma grande força a qual também controla essa corte. Você nunca irá entender isso. Talvez apenas os seus netos entenderão”, disse Onoprienko ao juiz.

"Eu era metade homem, metade diabo. Na época dos crimes minha parte homem até sentia algum arrependimento. Mas agora eu sou o diabo em pessoa e não me arrependo de nada. Sou o maior assassino do mundo." Anatoly Onoprienko.

Na Foto: Ruslan Moshkovsky. “Meu cliente tinha por volta dos 4 anos de idade quando foi privado do amor da sua mãe, a falta de carinho foi um fator fundamental na construção dele como um homem. Eu apelo à corte...amenizem à sua punição.”

“De acordo com o código criminal Ucraniano, Onoprienko é sentenciado à morte por fuzilamento”, disse o juiz Dmytro Lypsky.


"Feche a porta para que esses malditos mosquitos não apareçam."

"Eu não senti nada durante o assassinato, antes ou depois. Para mim as pessoas eram tão objetos quanto seus carros. Não estava nem ai se essas pessoas eram familiares e tinham laços. Isso não me pararia. Se eu tiver que destruir alguém, ninguém poderá me deter, nem mesmo essa prisão."

O pequeno Anatoly Onoprienko

Anatoly Onoprienko

“Quando eu escapar e matar mais pessoas eu serei o homem mais famoso do mundo”.
(Anatoly Onoprienko) 


Livros

Serial Killers - Nas mentes dos monstros





Videos






Filmes





Trailer








Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem vindo e obrigada por comentar!