domingo, 3 de fevereiro de 2013

Richard Chase

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(23 de Maio de 1950 - 26 de Dezembro de 1980) foi um serial killer que matou seis pessoas no espaço de um mês, em Sacramento, Califórnia. Ele foi apelidado de "O Vampiro de Sacramento", porque ele bebia sangue de suas vítimas e canibalizado seus restos. Ele fez isso como parte de uma ilusão de que ele precisava para impedir os nazistas de transformar seu sangue em pó através do veneno que tinham plantado sob sua saboneteira.

Infância

Se auto-descreveu vítima de abuso nas mãos de sua mãe, Chase exibiu pela idade de 10 elementos da tríade Macdonald: enurese, piromania, e zoosadism. Em sua adolescência, ele era conhecido como um alcoólatra e usuário de drogas crônico. Ele sofria de disfunção erétil devido a "problemas psicológicos decorrentes da raiva reprimida".

Começo da fase Adulta:

Chase desenvolvia hipocondria enquanto ele amadurecia. Ele queixou-se muitas vezes que seu coração ia ocasionalmente "parar de bater", ou que "alguém tinha roubado sua artéria pulmonar." Ele iria espremer laranjas na cabeça, acreditando que a vitamina C seria absorvida pelo seu cérebro através de difusão. Chase também acreditavam que os ossos do crânio tinha se separado e estava se movimentando, ele raspou a cabeça, a fim de assistir a esta actividade.

Depois de deixar a casa de sua mãe (acreditando que ela estava tentando envenená-lo), Chase alugou um apartamento com amigos. Companheiros de quarto de Chase reclamaram que ele estava constantemente embriagado de álcool, maconha e ácido. Chase também andava nu pelo apartamento, mesmo em frente das pessoas. Companheiros de quarto de Chase exigiram sua saída. Quando ele se recusou, os companheiros de quarto mudaram-se em seu lugar.

Uma vez sozinho no apartamento. Ele começou a capturar, matar e estripar vários animais, que seriam então devorados, às vezes misturando os órgãos-primeiro com a Coca-Cola no liquidificador e bebia a mistura como um milkshake. Chase fundamentou que ao ingerir as criaturas ele estava a impedir que seu coração encolhesse.


Institucionalização:

Em 1975, Chase foi involuntariamente interrompido por uma instituição mental depois de ser levado para um hospital por envenenamento do sangue, que contraiu após a injecção de sangue de coelho em suas veias. Ele frequentemente partilhava com as fantasias sobre a matança de coelhos. Ele já foi encontrado com manchas de sangue ao redor de sua boca, mas funcionários do hospital descobriram que tinha bebido o sangue das aves, ele tinha jogado os cadáveres das aves fora da janela de seu quarto de hospital. O pessoal começou a se referir a ele como "Dracula". 

Em um dos muitos incidentes em que foi realizado na instituição, ele substituiu o sangue do cão de terapia para reduzir sua dependência. Ocasionalmente, ele foi descoberto tendo defecado em si mesmo. Ele alegou que obteve as seringas a partir de rachaduras abertas as caixas descartáveis nos escritórios do médico. 

Havia argumentos quanto ao facto de Chase ser esquizofrênico ou que sofria de uma psicose induzida por drogas. 

Depois de ser submetido a uma bateria de tratamentos com drogas psicotrópicas, Chase não foi considerado um perigo para a sociedade e, em 1976, ele foi liberado sob a fiança de sua mãe.

A mãe de Chase decidiu que ele não precisava estar na medicação prescrita de antipsicóticos, afirmando que seu filho ficava parecendo um "zumbi". Ela parou com a medicação e levou Chase para seu próprio apartamento. 

Uma investigação posterior revelou que em meados de 1977, Chase foi parado e detido por um agente de nativos americanos em uma reserva na área de Lake Tahoe. Ele estava vestindo uma camisa encharcada de sangue, e dirigindo um caminhão carregado com armas e um balde de sangue. Ele convenceu a polícia que foi um mal-entendido envolvendo um animal que havia caçado. Nenhuma acusação foi arquivada. 


Crimes

29 de Dezembro de 1977  Sacramento Califórnia  E.U.A.
Ambrose Griffin, 51 anos, engenheiro e pai de dois filhos, estaciona o carro na gara­gem de sua casa, na zona leste de Sacramen­to. Ele e a esposa começam a descarregar as compras que acabaram de fazer no supermer­cado. Sua mulher abriu o porta-malas e, se­guida pelo marido, começou a levar as saco­las para a cozinha. O marido voltou para o carro antes dela. Segundos depois, ele estava gritando com alguém na rua. Quando sua es­posa saiu para ver o que estava acontecendo, viu seu marido caído no chão. A princípio, pensou que sofrera um ataque do coração. Ambrose Griffin foi levado imediatamente para o hospital mais próximo, onde a família, completamente perplexa, descobriu que não havia sido um enfarte, e sim um tiro calibre.22 a causa de sua morte.

A polícia foi chamada. Quando inquirida, a Sra. Griffin disse ter ouvido dois estampidos, mas não havia dado importância a isso. A polícia conclui que alguém que passava de carro havia acertado Ambrose Griffin.
As investigações começaram pela própria vizinhança da vítima. Dois cartuchos de bala foram encontrados no chão, perto da residência deles. Tam­bém foram feitos alguns relatos sobre um estranho e suspeito carro que estivera rondando aquele bairro, mas não foi obtida nenhuma descrição clara sobre o fato.
Na tarde do dia seguinte ao atentado a Griffin, um garoto de 12 anos relatou para a polícia que havia sido atacado por um homem, cabelos castanhos, com idade por volta de 25 anos, guiando um Pontiac Trans Am marrom. O homem havia atirado em sua direção enquanto pedalava sua bicicleta pelo bairro. O garoto não lembrava a placa do carro.
Sem muitas alternativas, a polícia resolveu chamar um profissional para que hipnotizasse o menino. Em alguns casos, sob hipnose, uma pessoa é capaz de se recordar de detalhes de uma determinada cena que inconscientemente bloqueia.
A decisão foi acertada; a placa do carro era 219EEP. Fim da trilha... a descoberta não levou os investigadores a nenhum resultado.
Pesquisando nas queixas feitas à polícia em datas próximas, encontraram a de uma mulher que havia sido vítima de tiros vindos da rua. Ela morava a apenas alguns quarteirões de Griffin, e uma busca em sua cozinha resultou em duas balas calibre .22. A balística comprovaria que elas tinham saído da mesma arma que havia matado Griffin, mas a polícia não tinha novas pistas para resolver o caso.

23 de Janeiro de 1978 — Zona Leste de Sacramento

Jeanne Layton estava no jardim de sua casa quando percebeu um estranho homem de cabelos longos perambulando em direção à sua porta. Passou reto por ela, testou a porta e encontrou-a trancada. Foi então até as janelas, mas como também estavam fechadas voltou para a porta, onde Jeanne já o esperava. Ficaram face a face, mas o estranho não se assustou ou demonstrou qualquer emoção. Olhou-a de cima a baixo, deu-lhe as costas, acendeu um cigarro e saiu andando pelo jardim dos fundos.
Mais abaixo, na mesma rua, Robert e Barbara Edwards estavam descarregando suas compras de supermercado e levando-as para a cozinha, quando ouviram um barulho dentro de casa. Quem quer que fosse, saiu correndo. O casal ainda ouviu a janela do fundo sendo batida e então, estranhamente, um jovem desgrenhado virou a esquina em direção a eles. Antes que Robert pen­sasse em segurá-lo, ele já havia se distanciado e pulado a cerca da casa. Cha­maram a polícia.
A casa estava na maior bagunça, obviamente feita por alguém que procurava coisas de valor para roubar. Ao examinar o local com mais atenção, os investigadores se surpreenderam: o intruso havia feito xixi numa pilha de rou­pas recém-lavadas do bebê Edwards e havia fezes em seu berço.
A polícia não sabia que aquele intruso havia continuado seu passeio pelo bairro, tentando encontrar alguma casa com portas ou janelas abertas... obte­ve sucesso na rua Tioga Way nº 2360.


O Assassinato de Teresa Wallin

Mais tarde, reconstituindo o crime, a polícia concluiria que provavelmente a porta da casa da família Wallin estava aberta. Teresa Wallin (Terry), de 22 anos e grávida de três meses, estava retirando o lixo para fora quando o intruso entrou porta adentro e apontou-lhe uma arma. O saco de lixo caiu no chão, e antes de perceber Terry estava baleada duplamente. Uma das balas atingiu-a na mão, que havia levantado para defender-se, saiu pelo cotovelo e cortou seu pescoço. O segundo tiro foi dado diretamente em seu crânio, sem deixar nenhuma chance de vida para a mãe e seu bebê. Uma terceira bala foi encontrada em sua têmpora.
Terry foi arrastada para o seu quarto, deixando atrás de si uma trilha de sangue.
Por volta das 18h, David Wallin chegou em casa. Estranhou estar tudo às escuras. Entrou e encontrou seu cachorro, um pastor alemão, à sua espera, mas não viu a esposa. O fato de o som estar ligado também causou estranheza, além do saco de lixo aberto no chão da sala e das manchas escuras sobre o carpete. David seguiu a trilha de manchas que o levaram ao seu quarto. O pavor do que via descontrolou-o...
Terry estava caída de costas, sua malha levantada descobrindo os seios e sua calça e calcinha abaixadas até seus tornozelos. Seus joelhos estavam afas­tados, indicando um ataque sexual. Seu mamilo esquerdo havia sido arranca­do, seu torso estava aberto do osso externo para baixo, e seu baço e intestino estavam para fora do corpo. A moça foi esfaqueada repetidamente nos pulmões, fígado, diafragma e seio esquerdo. Seus rins também foram retirados e recolo­cados juntos dentro de seu corpo, e seu pâncreas cortado em duas partes.
Havia sangue por todo o banheiro, e um pote vazio de iogurte retirado do lixo de Terry jazia sujo e vazio ao lado do corpo, como se tivesse sido utiliza­do para beber sangue.

O ato mais hediondo do assassino tinha sido encher a boca da vítima com fezes de animais. Em volta do corpo foram encontrados anéis de sangue, como se um balde molhado tivesse sido movimentado em volta do cadáver.
Dois dias depois da terrível tragédia, dois filhotes de cachorro foram encontrados mutilados não muito longe da casa de Teresa Wallin. Nas investi­gações, descobriu-se que um homem estranho, de cabelos embaraçados e guian­do um carro modelo “Ranchero” havia comprado dois filhotes de uma família do bairro, os mesmos encontrados mortos e na lata do lixo.

27 de Janeiro de 1978 — O Caso Miroth

Evelyn Miroth, que morava apenas a l,5km de distância de Teresa Wallin, estava em casa cuidando de seu sobrinho de 1 ano e 10 meses e de seu filho Jason, 6 anos. Seu amigo Dan Meredith, 51 anos, veio lhe fazer companhia.
Numa casa próxima, a amiga de Evelyn estava esperando que ela trouxesse Jason em sua casa, como haviam combinado anteriormente.
Devido à demora, resolveu mandar sua filha até a casa vizinha, saber se alguma mudança de planos havia sido feita. A menina tocou a campainha várias vezes, e chegou a ver algum movimento pela janela da frente, mas ninguém atendeu. Relatou o ocorrido para a mãe, que, com o tempo passando, ficava cada vez mais preocupada. Finalmente, alguns vizinhos resolve­ram entrar na casa para ver se tudo estava bem...
Dan Meredith jazia no hall de entrada, em meio a uma enorme poça de sangue. A polícia foi chamada imediatamente. O delegado que veio atender ao chamado não demorou a perceber um ferimento a tiro na cabeça de Dan. Olhando pela casa, constatou que o banheiro estava sujo de sangue, a banheira cheia de “água avermelhada”.
No quarto de Evelyn, encontrou-a morta e nua sobre a cama, suas pernas abertas. Ela também tinha um ferimento de bala na cabeça, seu abdômen esta­va cortado e seus intestinos retirados para fora. Duas facas de entalhar, ensan­güentadas, estavam largadas próximas ao corpo.
Aparentemente, Evelyn tomava banho quando foi surpreendida pelo as­sassino. Foi trazida para sua cama, sodomizada, esfaqueada através do ânus até seu útero pelo menos seis vezes e tinha vários cortes pelo pescoço. O assassino também havia tentado extirpar-lhe um dos olhos.
Anéis de sangue no carpete, parecidos com aqueles encontrados na casa dos Wallin, indicavam que novamente o assassino tinha usado algum tipo de recipiente, talvez um balde, para recolher o sangue da vítima. Evelyn também tinha várias facadas em órgãos internos. Posteriormente, em sua necropsia, foi encontrada grande quantidade de sêmen em seu reto.
Do outro lado da cama, jazia o corpo de Jason. Ele havia sido baleado à queima-roupa duas vezes na cabeça. O criminoso havia deixado pegadas ensangüentadas que lembravam as marcas deixadas na casa de Teresa Wallin.
Entrevistando toda a vizinhança, descobriram uma menina de 11 anos que havia visto um homem rondando aquela casa por volta das 11h daquela manhã. Ele parecia ter 20 anos, e pela sua descrição era conhecido na região por andar ali pedindo revistas velhas para as pessoas. O carro vermelho de Dan Meredith, que havia sido visto estacionado na frente da casa de Evelyn durante boa parte da manhã, havia sumido.
Sem ser esperada, chegou na cena do crime Karen Ferreira, procurando por seu bebê que havia ficado todo o dia com Evelyn. Nenhum rastro dele havia sido encontrado, mas o prognóstico foi péssimo quando os investigado­res encontraram um furo, produzido por um tiro, no travesseiro, além do berço coberto de sangue.
Mais tarde, a perícia encontrou partes de seu cérebro na banheira, onde o assassino deve ter começado a mutilá-lo e parou ao ouvir barulho na porta da frente, provavelmente fugindo com o corpo.
O carro de Dan Meredith logo foi localizado, abandonado não muito longe da cena do crime, num estacionamento perto do complexo de aparta­mentos da Watt Avenue.

O FBI Entra na Caçada

Os agentes Robert Ressler e Russ Vorpagel desenvolveram um perfil do criminoso.
O definiram como um serial killer desorganizado, e algumas pistas indicavam a possibilidade de se tratar de pessoa psicótica.
Era claro que o criminoso não havia planejado seus crimes, além do fato de não ter se preocupado muito em destruir evidências relacionadas aos mes­mos. Deixou pegadas e impressões digitais, e provavelmente havia andado pelas ruas, com manchas de sangue na roupa, em plena luz do dia. Parecia não passar por sua cabeça as conseqüências de seus terríveis e hediondos crimes.
A sujeira e bagunça que havia deixado nos lugares que saqueou indicavam que sua própria casa devia permanecer imunda e desorganizada. O fato de as cenas dos crimes serem razoavelmente perto umas das outras indicava que o assassino andava a pé, não possuindo um automóvel. Como roubou o carro de uma das casas, os peritos concluíram que aquele teria sido seu últi­mo crime e que ele morava nas vizinhanças
.

Ressler e Vorpagel tinham certeza de uma coisa: aquele assassino mataria novamente sem parar, até que fosse preso. Tinham que trabalhar com rapi­dez e precisão.
O perfil criminal do serial killer em questão indicava que ele tinha aproximadamente 25 anos de idade, era magro e subnutrido. Com certeza, evidên­cias dos crimes seriam encontradas em sua casa, e caso tivesse um carro ali também seriam encontradas provas de seus atos.
Provavelmente ele teria um histórico de doença mental ou uso de drogas, ou ambos, e seria do tipo solitário. Caso estivesse empregado, se­ria como doméstico, ou estaria recebendo dinhei­ro por diagnóstico de incapacidade para traba­lhar, devia viver sozinho e seria paranóico.
A Caçada

Muitas pessoas, moradoras das cercanias dos crimes, foram entrevistadas na busca de pis­tas, e algumas tinham visto um homem branco de aparência estranha dirigindo uma perua.
Na tentativa de fazer um retrato falado, uma jovem acabou sendo pessoa principal na tarefa. Nancy Holden estava fazendo compras no Town and Country Village Shopping Center, não muito longe da avenida Watt (perto da residência dos Wallin) quando um estranho se aproximou dela. O homem parecia bastante confuso. Ela, assustada, tentou desviar-se dele, mas antes que pudesse fazê-lo, ele lhe fez uma pergunta estranha: “Não era você que estava com Kurt em sua motocicleta quando ele foi morto?”.
Nancy parou, pasma. Dez anos antes ela havia tido realmente um namo­rado chamado Kurt, que havia falecido em um acidente de moto. Olhando bem para aquele estranho homem que havia surgido do nada, começou a notar algo familiar em seu rosto. Perguntou quem era, e ele respondeu: “Sou Rick Chase”.
Nancy não podia acreditar no que via. Rick Chase havia sido seu ami­go de escola, estudioso e muito bem arrumado naqueles tempos. Ela tinha ouvido falar que ele havia se envolvido com drogas, e sua aparência atual demonstrava que não tinham sido apenas rumores. Chase estava sujo, com as roupas manchadas, e agia de maneira bastante agitada e nervosa. Nancy falou com ele o mínimo possível e saiu da loja rapidamente.
Quando a mídia começou a noticiar os crimes e a polícia descreveu o suspeito como homem desgrenhado, visto naquelas vizinhanças vestindo uma parca de esqui laranja, Nancy não teve dúvidas de que se tratava de Rick Chase e procurou a polícia imediatamente. Agora, o procurado tinha um nome.
Ao mesmo tempo, a informação de Nancy foi confirmada pelo registro de todas as armas semi-automáticas vendidas em 1977: havia uma em nome de Richard Chase, residente na avenida Watt. Em 10 de janeiro de 1978, ele havia voltado à loja e comprado munição.
Dawn Lawson, ao ouvir o noticiário, também se lembrou de seu estranho vizinho, Richard Chase. Durante os seis meses em que moraram no mesmo complexo de apartamentos, ela havia visto aquele homem carregando três animais para dentro de sua casa, o que era completamente contra as regras de condomínio. Ela pensou em denunciá-lo, mas como não viu mais os animais e tinha pena do solitário homem, deixou-o em paz. No dia 11 de janeiro, teve um encontro com o rapaz. Ele pediu-lhe cigarros, mas barrou sua partida até que ela lhe desse todo o maço. Apesar de reconhecê-lo pelos jornais, ficou com medo de denunciá-lo e ganhar um perigoso inimigo, bem na porta ao lado.
Depois do depoimento de Nancy Holden, a polícia resolveu investigar o passado deste tal Richard Chase. Descobriram seu registro de doenças mentais, incluindo uma fuga do hospital, pequenas acusações por porte de arma e drogas e uma prisão, em agosto de 1977, em Nevada.
Não foi difícil localizar seu endereço, e um dia depois do triplo homicídio na casa de Evelyn Miroth a polícia foi fazer-lhe uma “visita”.
O gerente do complexo contou aos investigadores que a responsável pelo pagamento do aluguel do suspeito era sua mãe, que havia dito que o filho tinha sido vítima de abuso de LSD. Ela era proibida de entrar em sua casa.
Os detetives bateram na porta de Chase várias vezes, mas ninguém aten­dia. Fingiram desistir, mas ficaram de tocaia, aguardando, pois em algum momento ele teria que sair dali.
Não demorou muito. Chase saiu de casa com uma caixa em seus braços, indo em direção a um carro. Os detetives o detiveram, não antes que ele ten­tasse escapar deles. Repararam que ele ainda usava a tal parca laranja, e que ela estava bastante manchada. Seus sapatos também pareciam estar cobertos de sangue seco.
Richard Chase foi desarmado de sua semi-automática calibre .22, também manchada de sangue. Em seu bolso, foi encontrada a carteira de Dan Meredith, juntamente com um par de luvas de látex.
O conteúdo da caixa que carregava também era bastante interessante: pedaços de papel e trapos manchados com sangue.
Chase foi levado para a delegacia e interrogado, mas ele só admitiu matar cachorros e se recusou a falar sobre os assassinatos. Enquanto estava sob custódia, os detetives foram dar uma busca em seu apartamento, atrás de no­vas evidências ou pistas sobre o bebê desaparecido.
Quando entraram, o cheiro pútrido era insuportável, e o lugar totalmente sinistro. Absolutamente tudo dentro da casa estava manchado de sangue, in­clusive copos. Na cozinha, encontraram vários pedaços de ossos e alguns pra­tos guardados na geladeira, contendo partes humanas. A batedeira estava imun­da e cheirava muito mal. Também foram encontradas três coleiras de cachor­ro, mas nenhum animal.
Em cima da mesa, estava um livro aberto em página que mostrava fotografias deórgãos humanos, além de um jornal com vários anúncios de venda de filhotes de cachorro marcados com círculos.
Um calendário mostrava a inscrição today nas datas dos assassinatos de Wallin e Miroth, além de recentes marcas idênticas feitas em 44 datas futuras naquele ano.

O Julgamento

As evidências encontradas foram para análise em laboratórios forenses, para serem comparadas com amostras das vítimas, de sangue e cabelo. Preci­savam também retirar sangue de Chase, mas essa tarefa foi a mais difícil. Só conseguiram essas amostras depois de amarrá-lo. Ninguém entendeu seu pa­vor descontrolado de “perder” sangue.
Dr. Farris Salamy foi designado como defensor de Chase, que logo o protegeu de ficar sob interrogatório na delegacia.
A polícia continuava a busca pelo bebê Ferreira, usando cachorros da raçabloodhound. Foram até a casa da mãe de Chase para tentar obter alguma informação, mas ela recusou-se a cooperar.
Na cadeia onde aguardava julgamento, Chase acabou confessando para um colega de cela que bebia o sangue de suas vítimas porque tinha seu próprio sangue envenenado, sempre precisando de “reposição”. Havia se cansado de fazer isso caçando e matando animais.
Em 24 de março de 1978, o zelador de uma igreja encontrou uma caixa com os restos de um menino bem pequeno e chamou a polícia. O bebê Ferreira foi reconhecido pelas roupas que usava no dia de seu desaparecimento. Havia sido decapitado, e sua cabeça jazia embaixo do torso, parcialmente mumificado. Um buraco no centro da cabeça indicava que ele havia sido morto com um tiro de arma de fogo. Vários ferimentos feitos à faca foram encontrados em seus restos mortais, e muitas de suas costelas haviam sido quebradas. Ao lado do corpo, estavam as chaves do carro de Dan Meredith.
O promotor do caso Califórnia vs Richard Trenton Chase foi Ronald W. Tochterman, que queria a pena de morte.
A defesa alegou inocência por insanidade, mas Tochterman estava determinado a provar que Chase sabia a diferença entre certo e errado e que não matava compulsivamente. Parte de sua estratégia foram as diversas lendas sobre o Conde Drácula, além de rituais de sangue em diversas culturas dife­rentes, onde se acreditava que ingerir sangue humano de outra pessoa a torna­ria mais forte. Ele queria demonstrar que, apesar de ser uma crença, não era razão viável para assassinato.
O local de julgamento de Chase foi transferido para o Condado de Santa Clara, a quase 200km de distância do local dos crimes, pois o clamor da mídia influenciaria os jurados.
O réu foi avaliado por dúzias de psiquiatras. Não havia evidências de que matava compulsivamente, e sim de que acreditava que beber sangue era terapêutico. Um dos psiquiatras o diagnosticou como portador de personalidade anti-social, não esquizofrênico. Ele sabia exatamente o que estava fazendo.
Em 2 de janeiro de 1979, iniciou-se o julgamento. Chase foi acusado de seis assassinatos. O promotor alegou que ele tinha tido escolha, mencionando as várias vezes que havia comprado luvas de borracha e as levado à casa das vítimas com a intenção de matar. A acusação também mostrou 250 provas da autoria dos crimes por Richard Chase, entre elas seu revólver e a carteira de Dan Meredith encontrada em seu bolso. A primeira testemunha da acusação foi David Wallin, seguido por quase uma centena de outros depoimentos.
Chase foi chamado a depor em sua própria defesa. Sua aparência era horrível. Havia perdido muitos quilos, e agora pesava cerca de 48kg. Suas olheiras eram profundas, e seus olhos sem nenhum brilho. Ele alegou ter fica­do inconsciente durante o assassinato de Teresa Wallin e descreveu em deta­lhes como havia sido maltratado por toda a sua vida.
Admitiu ter bebido o sangue de Teresa, mas não se lembrava muito bem da segunda série de assassinatos. Recordava-se de ter atirado na cabeça de um bebê e decapitado-o, deixando sua cabeça num balde, na esperança de obter mais quantidade de sangue. Chase disse que seus problemas advinham de sua incapacidade de fazer sexo na adolescência e disse que sentia muito pelos assassinatos.
A defesa pediu por um veredicto de homicídio em 2º grau, para salvar Chase da pena de morte, uma vez que ele era claramente insano e não havia tido eficiente ajuda médica. Tochterman argumentou que ele era um sádico sexual, um monstro que sabia o que fazia e não deveria ser salvo de tal destino.
Em maio de 1979, Richard Trenton Chase foi julgado legalmente são depois de uma hora de deliberação. Com mais quatro horas de discussão, os jurados decidiram que ele deveria ser executado na câmara de gás da Penitenciária de San Quentin.

A Morte de Chase

Um dia depois do Natal de 1980, um guarda da prisão deu uma olhada na cela de Richard Chase. O condenado estava deitado de costas em seu catre, respirando normalmente. Quando chamou seu nome, Chase não respondeu, mas esse fato era usual.
Às 11h05min o mesmo guarda foi novamente verificar o prisioneiro. Chase estava de bruços, as pernas para fora do catre e os pés apoiados no chão. Sua cabeça estava apoiada contra o colchão e seus braços sobre o travesseiro. O guarda chamou seu nome, mas ele não se moveu. Entrou na cela e constatou imediatamente que o prisioneiro estava morto. O “Vampiro de Sacramento” havia se auto-executado.
Na cela foi encontrada uma estranha nota de suicídio que fazia menção a pílulas. Chase tomava uma dose diária de um medicamento chamado Sinequan, para tratamento de depressão e alucinações. Aparentemente, guardou uma gran­de quantidade delas e tomou-as juntas, morrendo de ingestão tóxica.
Em 1992, um filme chamado Unspeakable foi baseado em Chase como o modelo para o assassino da história.
Até os dias de hoje, o caso de Richard Trenton Chase é usado, pelo FBI, como o modelo perfeito de um serial killer desorganizado.


Entrevista para Bobert Ressler — FBI

Na época em que os agentes do FBI entrevistaram serial killers de todo o país para obter dados sobre a psicologia criminal, Robert Ressler estudou profundamente a personalidade de Richard Chase e escreveu um famoso livro sobre ele, chamadoWhoever Fights Monsters.
Ele descreve como, em 1976, Chase passou a acreditar que seu sangue estava se tornando pó e a única cura possível seria retirar sangue de outras criaturas para reposição. Apesar disso, os psiquiatras da clínica onde estava internado o soltaram, mesmo sob o protesto de alguns funcionários que o con­sideravam perigoso.
Sua mente passou por uma progressiva degeneração desde então. Matou o gato de sua mãe e comprou dois cachorros para matar. Coletou vários artigos sobre o caso “Hillside Strangler”, ocorrido em Los Angeles nessa época. Em dezembro de 1977, adquiriu uma arma.
Depois do assassinato de Ambrose Griffin, comprou o jornal e guardou com ele um editorial sobre a falta de sentido daquele atirador. Comprou mais munição e atirou perto da garagem de vizinhos, cuja música que ouviam em alto volume o incomodava.
Contou ao psiquiatra que seu primeiro assassinato aconteceu depois de sua mãe não permitir que ele a visitasse no Natal. Ele saiu de carro, atirando a esmo pela janela, e acabou acertando Griffin.
Chase disse aos criminalistas do FBI que matou para preservar sua própria vida, e estava baseando sua apelação nesse argumento.
Mencionou a Ressler “envenenamento por barra de sabão”, explicando que se vocêlevanta o seu sabão de lavar pratos e o lado de baixo está seco, tudo está bem com você. Caso contrário, se estiver grudento, você está envenenado e seu sangue se tornará pó.
Chase também afirmou ser judeu, o que não era, e que estava sendo perseguido por nazistas, por ter uma Estrela de David desenhada em sua testa (não tinha).
Também explicou que os nazistas estavam conectados com Objetos Voa­dores não Identificados, que telepaticamente o comandaram a matar para re­por seu sangue. Os Ovnis o seguiam por todo o tempo, e se o FBI quisesse encontrá-los era só colocar um radar em Chase.
Ressler descobriu que muitos prisioneiros provocavam e ridicularizavam Chase, encorajando-o a suicidar-se. Ninguém queria sua companhia.
Ressler, além de outros profissionais da saúde mental da prisão, concluiu que Chase deveria ser transferido para um hospital psiquiátrico, o que ocorreu por um curto período de tempo.
Foi mandado de volta à San Quentin, onde se suicidou

Vítimas

Ambrose Griffin 

Teresa Wallin 
evelyn-miroth.jpg
Evelyn Miroth 
jason-miroth.jpg
Jason Miroth 

David Michael Ferreira 
(sem imagem)
Dan Meredith

Imagens















Livros














Videos













Filmes




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